Marta TeixeiraSão Paulo (SP) - Sete anos depois de ter seu nome inscrito no torneio, a ala Iziane Marques está de volta ao Campeonato Nacional de basquete. Aos 25 anos, ela foi contratada pelo Colchões Castor/FIO/Unimed//Ourinhos para defender a equipe nesta temporada e finalmente disputar o torneio, que começa dia 23. Finalmente, porque em 2000, Iziane era somente uma reserva no extinto BCN/Osasco e nem consta nas estatísticas oficiais do time no torneio. Segundo o técnico Paulo Bassul, a titular da seleção chega neste domingo, após uma passagem relâmpago pelo Spartak Moscow Region. A transferência foi acertada com o apoio de 'seu Chico', incentivador e principal patrocinador do clube paulista. 'Não houve problemas na negociação porque o contrato dela com o clube russo era de apenas 2 meses. Sabendo disso, seu Chico conversou comigo, fez a proposta ao agente dela e acertamos tudo', explica Bassul. Nos últimos anos, Iziane foi uma 'cidadã do mundo'. Descoberta para o mundo na seleção brasileira em 2001, ela já defendeu o Miami Sol, o Phoenix Mercury e o Seattle Storm na WNBA. Na Europa, jogou no Yaya Maria Breogán e no Perfumerias Avenida, da Espanha passou ainda pelo Aix Basket, da França, pelo B. C. Euras Ekaterimburg, da Rússia, e pelo TT Riga, na Letônia. Na opinião do técnico da seleção brasileira, toda a competição ganha com o repatriamento de Iziane e não apenas sua equipe. 'Isto valoriza muito o Campeonato. E não é apenas a Iziane, Catanduva também tem várias jogadoras da seleção. Quanto mais equipes com cacife tiver melhor'. Ao que tudo indica, Iziane ficou feliz por voltar a jogar no país. 'Ela gosta de jogar no Brasil. Não apenas ela, mas muitas outras de nossas atletas jogam no exterior mais por falta de escolha, por falta de condição de conseguir um bom salário aqui', avalia o técnico. Ele espera que o retorno de Iziane seja apenas o primeiro movimento para que o país reverta a situação, deixando de ser exportador de atletas. 'Para o Brasil voltar a ser formador e importador de talentos'. A própria seleção nacional pode ganhar com a situação já que Iziane passará mais tempo sob a supervisão do técnico do Brasil. 'Sem dúvida nenhuma isso ajuda porque a filosofia no meu time é a mesma da seleção', destaca Bassul. 'Vamos ter mais tempo para trabalhar na equipe'. Iziane não é o único reforço de Ourinhos para o Nacional. A pivô Tatiana, ex-Unimed/Americana e que integrou a seleção na última temporada, também foi contratada para a competição. Hexacampeonato - Na noite de terça-feira, Ourinhos conquistou seu sexto título no Campeonato Paulista. A equipe também foi campeã nas temporadas de 2000, 02, 04, 05 e 06. A quarta-feira foi de muita comemoração para o time, que desfilou em carro aberto pelas ruas da cidade. Mas para o Nacional, Bassul lembra que a disputa vai ser dura. O principal oponente, acredita, será o mesmo Açúcar Cometa/Unimed/Catanduva, vice- campeão estadual. Na decisão do Paulista, ele acredita que contou muito a estabilidade do seu time. 'Fomos a equipe mais regular no campeonato inteiro, apesar das idas e vindas da seleção. Foi um resultado justo, mas Catanduva está crescendo bastante e já temos uma nova rivalidade. Uma rivalidade boa para a modalidade', avalia. Para ele, Sport Recife, São Bernardo/Metodista/Associação e Sandro André são as outras forças do torneio. 'Os times do Rio e de Florianópolis ainda estão tentando se firmar, mas pela primeira vez temos mais equipes de outros estados (cinco), que paulistas (quatro), dando verdadeiramente uma cara de nacional ao campeonato'. Fonte: Gazeta Esportiva
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