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segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

UM DIA COM AS MENINAS DO FLUMINENSE

Sem receber um centavo para jogar, equipe feminina do Fluminense não perde o humor


Um dia com as jovens guerreiras tricolores





Virou um albergue”, brinca Ivana sobre a casa de Natália em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio. Kaká e Cláudia também acordaram lá na última quinta-feira. Longe dali, no Maracanã, Clarissa pulou da cama às 8h. Estendia roupa no varal quando Tarsila se levantou no outro lado da cidade, na Penha. E assim começava o dia 6 de dezembro para as meninas do Fluminense, que dividem o tempo entre as tarefas do cotidiano, as provas na faculdade e o Campeonato Nacional de basquete.
Até a hora de dormir, muita coisa ainda aconteceria. Um jogo, inclusive.
O adversário daquela noite era o Santo André, do interior paulista, com um elenco bem mais experiente que o do Flu - quase inteiro juvenil. Mas na hora do almoço, Ivana se concentrava apenas no macarrão, enquanto Cláudia batia um prato de arroz, feijão, bife e beterraba - cardápio variado no “albergue”.








Além do Nacional, algumas meninas do time ainda disputam as categorias inferiores e o Universitário. E isso com um elenco que, para se reunir, tira gente de todos os cantos do Rio. Clarissa mora em Campo Grande e costuma ficar na casa do técnico, Guilherme Vos, em vésperas de jogos. Ivana é de Del Castilho; Jujuba e Thaíssa saem do Méier; Carol vem de Nova Iguaçu; Gabriella, do Leblon; Laryssa, do Grajaú; e Mariana, da Barra.
Distância? Cansaço? É pouco para impedir a farra.
- Sempre tem uma festinha que todo mundo vai. Estamos sempre juntas. Como toda família, vai ter briga, mas a gente resolve - explica Clarissa.



Uma jornada de 120 quilômetros
Maior reboteira (18 de média) e segunda cestinha (22.8 pontos) do campeonato, a pivô de apenas 19 anos cumpriu na quinta-feira uma maratona digna de seu esporte anterior ao basquete - ela fazia atletismo até 2003.
Depois de estender a roupa no varal da casa de Guilherme, Clarissa arrumou a mala - já eram 12 dias longe de Campo Grande - e foi para o portão 18 do Maracanã. Mas o ônibus 391 para Realengo, onde ela treina com o time da faculdade, não passava ali. E lá foi a pivô, mala pesada na mão e sol na cabeça, até o ponto na Uerj. Do treino, rumou para Jacarepaguá, e ainda arrumou tempo para fazer trancinha nos cabelos de Ivana e Natália. Só então partiu em direção a Laranjeiras.




Clarissa passou por Maracanã, Realengo, Laranjeiras, Botafogo e Jacarepaguá







Na hora da partida contra Santo André, mais surpresas: alongamentona arquibancada, chuva na quadra e árbitro levando tombo no chão

A imagem das meninas sentadas na porta do ginásio denunciava: o jogo, que seria às 20h, no Fluminense, tinha sido transferido em cima da hora para as 20h30m, na sede do Botafogo.

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No dia da partida, Ivana (à esquerda) acordou na casa de Natália (à direita)
De carona com Natália, as atletas chegaram a General Severiano. Improvisaram o alongamento na arquibancada, enquanto viam uma partida mirim entre o time da casa e a equipe do projeto VemSer.
Atraso superado, jogo rolando e primeiro tempo equilibrado, com Santo André vencendo por apenas quatro pontos. Foi aí que a natureza mandou o aviso: o dia ainda estava longe de acabar: um temporal desabou sobre a Zona Sul, e a ventania levou a água para a quadra.
Resultado: 15 minutos de pausa, mutirão para secar o piso, e o árbitro Renato Gonçalves levando um escorregão bem em frente ao banco do Fluminense - nem o pessoal da mesa resistiu às gargalhadas












No dia da partida, Ivana (à esquerda) acordou na casa de Natália (à direita)







No meio da maratona, um pão
No segundo tempo, o cansaço pesou, e o time paulista acabou vencendo por 72 a 51. Clarissa rendeu bem abaixo do normal, com 11 pontos e 10 rebotes. Depois do jogo, ainda com o sorriso no rosto, a pivô percebeu que a correria a fez esquecer de um pequeno detalhe:
- Eu não almocei. Só comi um pão à tarde - contou, antes de voltar para a casa de Natália, completando um percurso que somou 120 quilômetros de deslocamentos por cinco pontos da cidade.
Para fechar o dia, já na madrugada, Guilherme ainda teve de comprar comida para Carol, Nayara e Jéssica (da categoria infanto), hospedadas em sua casa. Foi dormir às 3h e acordou às 5h15m para ir à rodoviária. Chegava de Limeira, no interior paulista, a ala-pivô Lívia, mais um reforço para o time, para a família e, claro, para o “albergue” de Jacarepaguá.

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