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quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

RETROSPECTIVA 2007 - CONFIRA


Retrospectiva

Basquete viveu mais um ano de decepção e confusão. Fracassada no Pré-olímpico, equipe masculina está sem técnico. Feminina assiste a adeus de Janeth e Antonio Carlos Barbosa
















Basquete: sonho ficou para 2008...




Principal estrela do Brasil no Pré-olímpico, Leandrinho terminou torneio abatido, mas negou problemas dentro do grupo








Ainda bem que tem segunda chance. Em 2007, as seleções brasileiras feminina e masculina de basquete bateram na porta, mas não conseguiram entrar. Nenhuma delas obteve sucesso nos torneios Pré-olímpicos.
Com apenas uma titular remanescente do Mundial de 2006, estreando novo técnico e com uma vaga em disputa, a ida para a repescagem da seleção feminina foi a menos traumática. No masculino, ao contrário, o abalo foi geral com direito a denúncias de racha interno e dispensa do técnico Aluísio Ferreira, o Lula, com toda sua comissão técnica.
A temporada da seleção começou bem. Mesmo sem suas principais estrelas, o time conquistou o tricampeonato nos Jogos Pan-americanos do Rio com uma campanha perfeita. Nem mesmo Porto Rico, que costuma ser uma pedra no caminho brasileiro, parou o grupo de Lula. Os Estados Unidos, com jogadores universitários, terminaram no modesto quinto lugar.
Foto: Divulgação/CBB
Principal estrela do Brasil no Pré-olímpico, Leandrinho terminou torneio abatido, mas negou problemas dentro do grupo O sossego, porém, não durou até o Pré-olímpico, disputado em agosto, em Las Vegas. Leandrinho, Anderson Varejão, Tiago Splitter e até Nenê, que ‘fez as pazes’ com a Confederação para buscar a classificação, assinavam embaixo no projeto.
Mas os problemas não demoraram a começar. Negociando seus contratos, Anderson Varejão e Rafael ‘Baby’ Araújo ficaram fora da disputa. Operado, Guilherme Giovannoni só foi liberado para os treinos na semana final de preparação. Assim como Splitter, que precisava definir sua situação entre o Tau Ceramica e o San Antonio Spurs. Um impasse para estipular o valor do seguro adiou a apresentação de Nenê até a véspera do embarque da seleção.
Para complicar, o ala/armador Alex Garcia machucou a mão durante os Jogos Pan-americanos e só voltou à ativa nos Estados Unidos. Mas chegando a Las Vegas, a situação só piorou para a equipe de Lula.
Rumores de desentendimentos internos e racha entre jogadores tiraram o sossego do grupo. No retorno ao Brasil, depois de ser cortado após uma lesão na mão, o pivô Marquinhos colocou mais lenha na fogueira, afirmando que atletas e comissão técnica não falavam a mesma língua.
Em quadra, a situação brasileira foi se deteriorando. Na primeira fase houve apenas a esperada derrota para os Estados Unidos. Mas nas quartas-de-final, o fantasma porto-riquenho voltou a assombrar a equipe, que perdeu e se complicou na competição. A derrota seguinte para a Argentina, em uma virada na qual o Brasil desperdiçou 17 pontos de vantagem e perdeu na prorrogação, praticamente enterrou os planos.
Os brasileiros ainda se reergueram contra o Uruguai, partida na qual o armador Nezinho se recusou a entrar, mas no reencontro com a Argentina, já nas semifinais, não tiveram forças. Com os bastidores estremecidos pela polêmica do desentendimento interno, a equipe de Lula foi vítima quase indefesa frente a uma Argentina movida pelo ímpeto de Luis Scola.
Única estrela da NBA e do título olímpico de Atenas-2004 a marcar presença na competição, Scola ditou o ritmo argentino e foi peça fundamental na classificação para a final, o que assegurou sua seleção em Pequim-2008. A final foi decidida contra os revigorados Estados Unidos, que levaram um grupo de respeito, incluindo LeBron James, Jason Kidd, Kobe Bryant, Amare Stoudemire e Carmelo Anthony.
Os norte-americanos ficaram com o título. Aos brasileiros restou uma despedida melancólica e sem medalhas. Isso porque na disputa do bronze, apáticos e sem Nenê, que lesionara a panturrilha na semi, sofreram nova derrota para Porto Rico. O único consolo foi obter o direito de disputar a repescagem mundial para Pequim, em julho do ano que vem.
No retorno ao Brasil, jogadores e comissão técnica, esta com a cabeça a prêmio, lamentaram o tropeço e negaram os desentendimentos. “Não teve nada disso. Infelizmente, não deu para conseguir a vaga, mas vamos continuar a luta”, garantia Splitter. Mas a boa recepção à idéia de comando estrangeiro na seleção ficou evidente. Dias depois, a Confederação Brasileira de Basquete (CBB) dispensou a comissão técnica e confirmou que o próximo treinador será mesmo um estrangeiro.
Segundo o presidente da CBB, Gerasime Grego Bozikis, a medida é datada: apenas para obter a classificação olímpica. O nome do substituto de Lula só deve ser divulgado em janeiro e depois de cumprir seu papel no Pré-olímpico, ele pode virar consultor da seleção, que deve voltar às mãos de um técnico nacional.
Mas a notícia principal é que muito provavelmente, ele contará com a força máxima da seleção. Já no desembarque de Las Vegas, os jogadores se comprometiam em lutar pela vaga em 2008. 'Eu estou disposto a ir para o próximo Pré-olímpico', puxou a fila Leandrinho. E com a renovação do contrato de Anderson por três temporadas e suas declarações de interesse no Pré-olímpico mundial o ala/pivô reforçará o grupo.
Feminino – A seleção feminina também ficou de segunda chamada na classificação olímpica. O torneio foi o primeiro compromisso internacional após a saída da ala Janeth e do técnico Antonio Carlos Barbosa e teve apenas três remanescentes do Mundial de 2006 sob o comando de Paulo Bassul.
O Pan do Rio, no qual a equipe foi prata, foi a derradeira competição a contar com Barbosa e Janeth. Na capital fluminense, o Brasil já ensaiava sua transição porque era a primeira disputa de título importante desde a saída de Helen, Alessandra e Cíntia Tuiú. Aos 25 anos, a ala Iziane tornou-se a referência no Pré-olímpico.
A competição marcou também o retorno da armadora Claudinha após cinco anos longe da seleção. Sem a titular Adrianinha, que pediu dispensa por motivos particulares, a veterana assumiu a responsabilidade. ”Vamos ter uma equipe não com uma estrela, mas com todas brilhando”, dizia Barbosa antes de deixar a equipe. E foi o que Bassul buscou.
O novo técnico correu seus riscos, cortou a experiente Kelly por problemas na balança e a promissora Érika, que não treinou com o grupo por causa da WNBA. Mesmo assim, investindo no talento coletivo e com uma nova metodologia defensiva, o Brasil chegou às semifinais para um duelo decisivo contra Cuba. O time cubano, que havia se mostrado apático e fora superado na semifinal dos Jogos Pan-americanos, mostrou outra postura em Valdívia, no Chile.
Depois de quase superar os Estados Unidos na rodada de abertura – após o primeiro tempo as cubanas dispararam no marcador e as norte-americanas só conseguiram virar nos quatro minutos finais -, Cuba bateu o Brasil por dois pontos. Estados Unidos e Cuba decidiram o título com vitória norte-americana. As brasileiras ficaram em terceiro e se classificaram para o Pré-olímpico Mundial.
O técnico Bassul não se abalou. 'A equipe está em formação e temos de ver em cada situação uma oportunidade de aprendizado, melhorando o time para o Pré-Olímpico Mundial. Vamos continuar o trabalho sério rumo a uma das cinco vagas restantes para Pequim'.









Janeth abandona as quadras, mas não o basquete



Prata no Pan selou despedida de Janeth da seleção







Durante duas décadas, a ala Janeth construiu uma sólida carreira com a camisa brasileira. De coadjuvante na época de Paula e Hortência, tornou-se estrela e referência para a geração seguinte. O adeus à seleção foi quase perfeito, faltou apenas o título nos Jogos Pan-americanos do Rio, sua última competição oficial pelo país.
No entanto, conquistas não faltaram ao longo de sua carreira. Janeth foi campeã mundial em Melbourne-94, vice-campeã olímpica nos Jogos de Atlanta-96 e bronze em Sydney-2000. Quatro anos depois, contentou-se com o quarto lugar em Atenas-2004.
A experiência mais sofrida foi o Mundial de 2006, em São Paulo. O amargo quarto lugar ficou ainda mais doloroso pelos 40 pontos de diferença para os Estados Unidos no marcador. A maior surra da história da competição.
O jeito foi apostar no Pan do ano seguinte para sair com a cabeça erguida. Mas no Rio, novamente, as norte-americanas estragaram a festa verde-amarela com nova vitória sobre o Brasil. "Minha vida é um livro, simplesmente coloquei um ponto e agora continuo uma nova página", afirmou após o confronto decisivo.
Nascida em Carapicuíba (SP) e no basquete desde os 13 anos, a ex-jogadora de vôlei Janeth fez 147 jogos pelo país em 23 competições oficiais. Em 20 anos, foram 2.366 pontos para o Brasil.
Pelos clubes, a coleção de troféus também é expressiva. Quatro vezes campeã da WNBA com o Houston Comets (1997, 98, 99 e 2000), Janeth possui ainda o título sul-americano de clubes com o Santo André (1999) e quatro títulos nacionais (99 – Santo André, 2001 – Vasco da Gama, 2002 – São Paulo/Guaru e 2004 – Ourinhos).
A ala abandonou as quadras, mas não o esporte. A ex-jogadora, que já dirigia um Centro de Treinamento em Santo André (SP), intensificou a atividade. Virou também comentarista esportiva e agora se acostuma à vida sem as exigências do dia a dia de atleta.


Nacionais: uma novela sem fim


Sem presença garantida no torneio olímpico em nenhuma das categorias, o Brasil também teve um ano conturbado quando o assunto foi Campeonato Nacional. Assim como na edição de 2006, mais marcante por suas múltiplas ações judiciais que por performances esportivas, 2007 foi um ano tenso no masculino.
O Nacional em si transcorreu sem sobressaltos. Brasília foi campeã com Franca em segundo e Uberlândia e Minas ocupando a terceira e quarta colocação, respectivamente. Mas os problemas vieram depois. Em mais uma mobilização pela constante insatisfação com a gestão da modalidade, os clubes paulistas formaram uma Associação de Clubes e se recusaram a disputar o Nacional da CBB.
A organização incluiu a exigência de pagamento de R$ 20 mil como antecipação de taxas a serem descontadas depois para confirmar as inscrições, gerando protesto dos paulistas. “Por que isto agora? Os paulistas nunca saíram da competição na metade. Como você pune todos por culpa de um carioca?”, questionava o presidente da Federação Paulista de Basquete (FPB), Antonio Chakmati.
A resposta de Grego foi ignorar as reclamações paulistas, mesmo reconhecendo que o desfalque era significativo. “Mas não tem condições especiais para nenhum Estado ou equipe. Não posso obrigar ninguém a participar, mas também não posso receber carta com exigências”.
O vice Franca foi um dos que disse não ao torneio em 2008 e acabou pagando alto por isso. Argumentando que um dos requisitos para indicar representantes em competições internacionais é que estes disputem seus torneios, a Confederação não inscreveu a equipe na Liga Sul-americana de Clubes nem tão pouco na Liga das Américas. O time paulista reclamou, entrou na Justiça, mas ficou fora nos dois torneios.
Esvaziado dos clubes de São Paulo, o próximo Nacional terá a dura missão de provar que não perdeu qualidade técnica. Já a recém-criada Associação de Clubes precisará passar das propostas no papel para a concretização de um torneio nacional.
Para o olhar estrangeiro, a bagunça interna acaba repercutindo nas dificuldades enfrentadas pelo Brasil nos torneios internacionais. “O dia que o Brasil organizar-se definitivamente e todos andarem na mesma direção haverá poucas equipes no mundo que poderão vencê-lo. Mas o Brasil tem muitos problemas de organização”, avalia o técnico da seleção argentina, Sérgio Hernández.
No feminino, as dificuldades não estão nos bastidores, mas seguem estruturais. Sem rachas, os clubes sofrem mesmo com a falta de recurso e vivem, em sua maioria, da combinação de inúmeros pequenos patrocínios para bancar suas despesas. A limitação financeira mantém fora do país as principais jogadoras e as perspectivas de mudança neste panorama são pouco motivadoras. Equipes tradicionais - como o Santo André da técnica Laís Elena - continuam sem apoio e lutando para sobreviver.
O sopro de esperança foi dado pelo Ourinhos, que trouxe do exterior a ala Iziane. Titular da seleção brasileira, ela não jogava por um clube brasileiro desde 2000. Se outras equipes conseguirão seguir o exemplo é a dúvida que permanece.

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