GLOBOESPORTE.COM abre a série que reconstrói as glórias da seleção campeã mundial em 1959, com crônicas de jogos, imagens e curiosidades
Há exatos 50 anos, no dia 16 de janeiro de 1959, o ginásio La Salle, na cidade chilena de Temuco, viu nascer a maior geração do basquete brasileiro. Começava ali, com uma vitória tranquila sobre o Canadá, a jornada rumo ao primeiro título mundial do país. De hoje até o dia 31, o GLOBOESPORTE.COM reconstrói aquela trajetória, com detalhes de cada jogo da campanha, fotos da época, curiosidades e informações sobre craques como Wlamir, Amaury, Rosa Branca e Algodão, liderados pelo explosivo técnico Togo Renan Soares, o Kanela.
Divulgação/Divulgação
O programa do Mundial de 1959 mostrava Chile e EUA, mas foi o Brasil que ficou com o título
16 de janeiro - o primeiro passo
O primeiro jogo da seleção verde-amarela no Mundial do Chile foi perfeito para que os atletas driblassem a tensão da estreia. Do outro lado da quadra, o Canadá não chegava a meter medo. E a diferença na qualidade técnica ficou clara quando a bola começou a quicar. O Brasil até permitiu que o rival fizesse 4 a 1, mas logo se recuperou.
O chão escorregadio do ginásio atrapalhou a seleção, que tinha seu jogo baseado na velocidade. Kanela mandou à quadra um quinteto titular formado por Wlamir Marques, Amaury Pasos, Edson Bispo, Algodão e Waldemar Blatkauskas. No primeiro tempo, o técnico não fez nenhuma substituição.
Os canadenses conseguiram resistir nos minutos iniciais, mas o Brasil se impôs, tomou a dianteira e foi para o intervalo com vantagem de 30 a 24 no placar.
“A superioridade técnica e física dos brasileiros manifestava-se amplamente e, pouco a pouco, o marcador ia registrando o valor dessa superioridade, que em alguns momentos chegou a 15 pontos”, narrou a reportagem publicada pelo “Jornal dos Sports” no dia seguinte à partida.
Apenas um canadense passou dos 10 pontos – Mick fez 12. A equipe brasileira, que teve Wlamir zerado em pontos, contou com 17 de Amaury e 16 de Bispo, mas o grande destaque da vitória por 69 a 52 foi Waldemar, com 18 pontos e chutes certeiros de média distância. Ao fim do jogo, ele se mostrou confiante para o duelo do dia seguinte:
- Faremos uma grande partida frente à União Soviética – declarou ao “JS”.
Mas a história desse segundo jogo nós só vamos conhecer no sábado.
O dia 16 de janeiro no Mundial
Não foi só o Brasil, obviamente, que jogou no dia 16. Pelo grupo A, os Estados Unidos estrearam com uma vitória sobre a Argentina, por 81 a 73, e Formosa bateu o Egito em jogo apertado, por 71 a 69. No grupo B, além da vitória brasileira, a União Soviética superou o México por 73 a 64. No terceiro e último grupo, vitória das Filipinas sobre o Uruguai (68 a 59) e da Bulgária sobre Porto Rico (67 a 55). O Chile, dono da casa, entrou direto na segunda fase.
ÁLBUM HISTÓRICO
A cada dia, o GLOBOESPORTE.COM vai mostrar uma imagem relativa à geração bicampeã.
Reprodução/Reproduçao
Em uma das raras imagens do Mundial de 1959, a seleção brasileira que se sagrou campeã no Chile
SABIA DESSA?
O Mundial de 1959, na verdade, deveria ter sido disputado em 1958. Os atrasos nas obras acabaram adiando o evento. Quem se deu mal foi a seleção americana. No meio da temporada universitária, os Estados Unidos não podiam usar seus melhores jogadores. O jeito foi colocar um anúncio no jornalzinho da Força Aérea convocando voluntários. Vinte e quatro atletas se apresentaram para uma peneira, nenhum com mais de 1,96m. Um dia antes da viagem para o Chile, os dois melhores do elenco (Robert Jeangerard e Eddie White) se machucaram.
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